Festival Regional Sesi de Educação une ciência e indústria

Com energia contagiante e clima de celebração, o Festival Regional Sesi de Educação 2025 começou nesta quarta-feira (5), no Expotrade, em Pinhais, reunindo estudantes de todas as regiões do Paraná para dois dias de intensa programação voltada à inovação, ciência e tecnologia. Mais de 2 mil pessoas participaram do primeiro dia de evento, que transformou o pavilhão em um grande laboratório criativo, repleto de projetos de iniciação científica, desafios de robótica e laboratório de experiências.
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Além do entusiasmo juvenil, o que marcou o início do festival foi o encontro entre educação e indústria. Em discursos e apresentações, lideranças do Sistema Fiep ressaltaram que preparar os jovens para o mercado de trabalho e para os desafios tecnológicos do futuro é parte da missão do Sesi e do Senai, instituições que atuam na formação das novas gerações.
“O Sesi é um colégio que propicia a inovação, a criatividade, a tecnologia e a ciência — não só as ciências exatas, mas também as humanas. Esse despertar é fundamental para que o jovem se prepare para a vida adulta com responsabilidade e produtividade, atraindo-se pela indústria”, afirmou Hélio Bampi, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
Para ele, a vibração dos alunos é “a energia do futuro” e reforça o papel do festival como espaço de inspiração e pertencimento. No palco principal, o superintendente do Sesi no Paraná, Hugo Molina, destacou que o evento “é um reflexo da metodologia ativa do Sesi”, que une prática e teoria, inovação e propósito.
“Esses meninos fazem acontecer. Estamos formando pessoas que aprendem a pensar criticamente, a observar o ambiente ao redor e a resolver problemas reais da indústria”, disse. Molina lembrou que muitos dos projetos apresentados nasceram de visitas técnicas a fábricas e de desafios propostos por empresas parceiras. “A educação só cumpre seu papel quando está conectada ao mundo real”.
Festival Regional Sesi de Educação é ponte para o setor produtivo
Um dos pontos altos do primeiro dia foi o início das competições do Torneio Sesi de Robótica – Etapa Regional, que trouxe 93 equipes de todo o estado nas modalidades FIRST® LEGO® League (FLL), FIRST Tech Challenge (FTC) e STEM Racing — esta última estreando no festival. Os estudantes apresentaram protótipos e soluções inspiradas no tema da temporada, Unearthed, que propõe “explorar o passado para criar o futuro”.
Para muitos jovens, era a primeira vez participando de uma competição de alcance estadual. “A gente se preparou o ano inteiro para esse momento”, contou a estudante Ana Clara Hupper, do colégio Sesi de Dois Vizinhos.
Ela e a colega Emanuelli Pires desenvolveram um banco de dados interativo voltado a arqueólogos, um protótipo que funciona como uma rede social de artefatos. “Conversamos com especialistas da área e percebemos que havia um problema real de armazenamento e troca de informações. Nossa ideia é permitir que pesquisadores e visitantes interajam e colaborem”, explicou Emanuelli.

Na FICSesi – Feira de Iniciação Científica do Sesi Paraná, 110 projetos mostraram a criatividade e o olhar investigativo dos alunos. Entre eles, o grupo do Colégio Sesi de Marechal Cândido Rondon apresentou uma proposta para recuperar áreas afetadas por erosão com o uso de leguminosas, ressaltando o potencial sustentável da pesquisa.
“Nosso trabalho começou observando um problema local. Ver que podemos propor soluções e apresentar aqui é uma grande conquista”, disse a professora Samara Cavalcante, que acompanhou os alunos na viagem de mais de 600 quilômetros até Curitiba.
Para a docente, a participação no festival é um incentivo à formação integral dos estudantes. “A escola sozinha não dá conta de preparar os jovens para o mundo do trabalho. Esse tipo de evento mostra como o aprendizado em sala pode ganhar vida, estimulando o protagonismo e o senso de propósito”, avalia.
Educação para transformar: integração, propósito e protagonismo
Além das competições, o primeiro dia do Festival Regional Sesi de Educação 2025 contou com uma série de atividades paralelas voltadas à criatividade e à experimentação. No Hackateens, estudantes da 3ª série do Ensino Médio começaram uma maratona de inovação que desafia grupos a criar soluções para problemas reais da sociedade e da indústria.
Já no Sesi Lab, as oficinas maker atraíram visitantes de todas as idades, com atividades de eletrônica, robótica e design de produtos — da confecção de insetos elétricos à criação de broches luminosos. Em outro espaço, a Feira Literária do Sesi (Flise) ofereceu oficinas de design de personagens e ilustração no estilo mangá, mostrando que a arte também tem lugar no ecossistema STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática).
A programação ainda incluiu o Painel de Tendências, com o lançamento do Radar de Tecnologias para a Educação Básica 2040, pesquisa que traça os caminhos da educação nas próximas décadas. O presidente do Conselho Nacional do Sesi, Fausto Augusto Júnior, destacou que o festival é “uma vitrine da educação tecnológica brasileira”.
Elele lembrou que o evento não se resume à competição. “Vocês vão lembrar desses dois dias por muito tempo. É aqui que se constroem conexões, amizades e ideias que podem mudar o futuro”. Fausto também reforçou o papel do Sesi na democratização da inovação. “Queremos levar a educação tecnológica para cada canto do Brasil. É assim que se constrói um país mais justo e desenvolvido”.
O deputado estadual Fábio Oliveira (Podemos), presente na abertura, ressaltou a importância do propósito na formação dos jovens. “Quando fazemos algo com excelência e propósito no coração, transformamos a nós mesmos e o entorno. O festival mostra que estudar pode ter sentido e gerar impacto real”, afirmou.
Mais do que uma mostra de projetos, o Festival Regional Sesi de Educação reafirma que a integração entre escola e setor produtivo é uma das chaves para preparar o país para os desafios do século XXI — com ciência, criatividade e propósito caminhando lado a lado. “Saímos energizados. Ver essa juventude cheia de ideias e comprometida com o futuro da indústria é um sinal de esperança para o Brasil”, resumiu Hélio Bampi, vice-presidente da Fiep.
Matéria: Gazeta do Povo







