Médico brasileiro assume comando da neurocirurgia mundial

O neurocirurgião Luis Alencar Biurrum Borba, com atuação no Paraná e em São Paulo, assumiu a presidência da Federação Mundial das Sociedades de Neurocirurgia (WFNS), tornando-se o primeiro brasileiro a comandar a principal entidade da especialidade no mundo.
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A posse ocorreu durante o Congresso Mundial de Neurocirurgia, realizado em Dubai, e representa um marco para a medicina brasileira. A WFNS reúne mais de 40 mil neurocirurgiões e tem papel central na definição de diretrizes clínicas, na promoção de pesquisas e na formação profissional em escala global. Com a eleição de Borba, o Brasil passa a ter protagonismo em decisões que influenciam desde protocolos de tratamento até políticas de capacitação médica.
O impacto vai além do simbolismo institucional. Ter um presidente da federação mundial atuando no país aproxima hospitais brasileiros das discussões mais atuais da neurocirurgia, especialmente em áreas de alta complexidade, como tumores cerebrais raros e lesões na base do crânio. Na prática, isso reduz distâncias entre centros de excelência internacionais e o atendimento oferecido aos pacientes no Brasil.
Neurocirurgia brasileira ganha voz global
Durante o discurso de posse, Borba afirmou que sua gestão será guiada pela união da comunidade internacional, pela responsabilidade institucional e pelo compromisso com a formação de novos profissionais. O neurocirurgião defendeu maior cooperação entre países e atenção especial a regiões com acesso limitado à especialidade, um dos principais desafios da neurocirurgia contemporânea.
A trajetória que levou o médico paranaense ao comando da WFNS foi construída ao longo de mais de três décadas de atuação clínica, acadêmica e internacional. Luis Alencar Biurrum Borba é chefe dos serviços de neurocirurgia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, além de fundador de uma clínica especializada em procedimentos de alta complexidade.
Com mestrado pela Unifesp, doutorado pela USP e pós-graduação nos Estados Unidos, o neurocirurgião também consolidou uma carreira internacional. Ao longo dos anos, ministrou cursos e realizou cirurgias em mais de 40 países, experiência que contribuiu para sua projeção global e para a construção de redes de colaboração científica.
Esse reconhecimento se reflete também na relação com os pacientes. Muitos dos casos acompanhados por Borba envolvem cirurgias delicadas, em áreas de difícil acesso do cérebro, e histórias de famílias que encontraram no Brasil alternativas a tratamentos antes restritos ao exterior. Nesse contexto, Curitiba passou a se firmar como um polo nacional de referência em neurocirurgia.
Ao assumir a presidência da federação mundial, Borba destacou que o avanço da especialidade depende de coesão e propósito comum. “Não há espaço para divisões internas quando nossa missão principal é cuidar de pacientes, apoiar jovens neurocirurgiões e fortalecer a neurocirurgia em âmbito mundial”, afirmou.
Matéria: Gazeta do Povo





