Projeto Memória Paraná é lançado oficialmente no MON

Uma viagem no tempo que conecta o passado ao futuro do Estado. Foi lançado na noite desta quarta-feira (17), no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, o projeto Memória Paraná, uma iniciativa monumental que digitalizou todo o acervo impresso histórico da Gazeta do Povo, cobrindo o período de 1919 até 2017, quando o jornal migrou integralmente para o meio digital.
O evento reuniu autoridades, historiadores e a direção do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM) para celebrar a disponibilização pública e gratuita de cerca de 600 mil páginas que narram a evolução da sociedade paranaense.
A diretora-geral da Gazeta do Povo, Ana Amélia Filizola, enfatizou que o lançamento representa um marco para a preservação da identidade local. “O projeto Memória Paraná é mais que uma simples digitalização de documentos. É uma porta que se abre para um vasto oceano de histórias”, afirmou.
Segundo Ana Amélia, a magnitude do arquivo permite uma compreensão profunda da trajetória do Paraná: “Imaginem o poder de acessar 600.000 em páginas que narram a jornada do nosso estado, as lutas, as conquistas, os anseios e as vitórias que mudaram que moldaram quem somos”.
História que orienta o futuro
Presente na solenidade, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, destacou a importância estratégica de revisitar os fatos históricos para o planejamento estatal. “É a manutenção da memória da história do nosso Estado”, afirmou.
Para o governador, a ferramenta serve como uma bússola para a administração pública. “Garante a preservação do nosso passado, da nossa história, mas, mais do que isso, ele norteia o nosso futuro porque é por meio das experiências do passado que você consegue planejar o futuro, planejar aonde nós queremos queremos chegar com as experiências que nós tivemos no passado”, disse Ratinho Junior.
A secretária estadual da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, reforçou o papel institucional do jornal ao longo da história. “A Gazeta do Povo é patrimônio da memória paranaense”, declarou. “Mais do que um veículo de imprensa, é um arquivo vivo da sociedade e um pilar da nossa nossa memória coletiva”.
Parceria centenária
O projeto foi viabilizado pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, empresa fundamental na colonização do estado, que também celebra seu centenário. O presidente da companhia, Gastão Mesquita Filho, explicou que o patrocínio é um tributo à terra onde a empresa prosperou.
“Foi um uma forma de agradecimento ao estado em que nós, desde o meu avô, sempre trabalhamos”, disse.
O prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, ressaltou o legado dos pioneiros registrados nas páginas do jornal. “O Paraná foi feito por pessoas que estão nas páginas resgatadas que aqui serão apresentadas a partir de hoje. Que a gente aprenda com os seus desafios, com a sua produção e com os seus acertos”, afirmou.

Tecnologia e abrangência
O escritor Jorge Caldeira, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e consultor do projeto, destacou a capilaridade da cobertura da Gazeta do Povo, que alcançou quase a totalidade do território paranaense ao longo do século XX.
“Quando a Gazeta do Povo foi fundada, em 1919, o Paraná tinha apenas 13 municípios. Os moradores poderão ver a notícia da fundação de seus municípios na Gazeta do Povo, o que aconteceu, quem estava lá, quem eram os vereadores, quem eram as pessoas mais importantes daquelas cidades”, explicou Caldeira.
A execução técnica coube à Aurora Projetos. A coordenadora geral, Assahi Pereira Lima, detalhou a complexidade da operação que uniu diferentes instituições. “Esse projeto nasceu dessa intersecção da Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná com o interesse em conhecer a história do Estado e com a disponibilidade da Biblioteca Pública do Paraná”.
Assahi celebrou a democratização do acesso: “A ideia ideia de ele ser aberto ao público, é justamente que qualquer pessoa, qualquer paranaense, qualquer pessoa do Brasil, ou mesmo qualquer pessoa do mundo, possa acessar as páginas”.

Legado jornalístico
Para o Diretor de Jornalismo da Gazeta do Povo, Ewandro Schenkel, a iniciativa representa um ato de doação da empresa à sociedade. “A Gazeta doou todo o seu passado”, afirmou, referindo-se ao gesto de abertura do arquivo.
Schenkel lembrou como a redação do jornal sempre foi um ponto de convergência: “A gente tinha as visitas à redação da Gazeta do Povo, um registro histórico de todas as personalidades que vinham ao estado, que passavam por Curitiba, e agora será possível recontar essa história”.
O acervo digitalizado já está disponível para consulta online, oferecendo ferramentas de busca avançadas baseadas em inteligência artificial para pesquisadores, estudantes e o público em geral.
Matéria: Gazeta do Povo





