Pela terceira vez consecutiva, o estado de Santa Catarina foi reconhecido como o mais seguro do Brasil pelo “Anuário 2025 Cidades Mais Seguras do Brasil”, divulgado pela plataforma de negócios imobiliários My Side. Brusque, Jaraguá do Sul e Tubarão são os três municípios mais seguros do país e Florianópolis lidera o ranking entre as capitais.
O levantamento foi baseado em estimativas populacionais dos municípios feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nos números de homicídios registrados no último ano pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
No caso de Santa Catarina, a taxa de homicídios foi de 8,6 assassinatos para cada 100 mil habitantes. São Paulo (8,6), Distrito Federal (12,3), Rio Grande do Sul (15,2) e Goiás (18,3) completam a lista dos cinco estados mais seguros.
Para o secretário catarinense da Segurança Pública, coronel Flávio Graff, a marca é resultado de um trabalho integrado das forças policiais, aliado às estratégias dos setores de inteligência das instituições de segurança pública. “Temos tropas altamente treinadas e prontas para combater a violência de forma organizada e precisa. Prova disso é que, em 2025, cerca de 92% dos indivíduos mortos em intervenções legais de agentes do Estado possuíam antecedentes criminais relevantes, como homicídio, tráfico de drogas, crimes contra o patrimônio e porte ilegal de arma de fogo”, comentou Graff.
Este ano, Santa Catarina mantém o controle sobre os índices relacionados a homicídios dolosos (mortes com intenção de matar). No primeiro semestre, o estado teve a menor taxa de homicídios de toda a série histórica para os seis primeiros meses do ano.
“Santa Catarina é, com muito orgulho, o estado mais seguro do Brasil e o nosso compromisso é seguir trabalhando todos os dias para fortalecer essa conquista. Garantir segurança para os mais de 8 milhões de catarinenses é uma missão permanente do nosso governo”, destacou o governador Jorginho Mello (PL).
A redução nas estatísticas criminais não se restringe à taxa de homicídio. Em setembro, Santa Catarina apresentou queda de 24,2% nos registros de roubo, 16,9% no número de furtos e 11,7% nos casos de estelionato. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de Santa Catarina, os crimes de violência doméstica caíram 12,6%, e o roubo de veículos 54,3%, considerando o comparativo com o mesmo mês do ano anterior.
Blumenau lidera entre as cidades mais seguras com população entre 200 e 500 mil habitantes
As cidades catarinenses se destacaram como as mais seguras em diferentes recortes da pesquisa do anuário sobre segurança pública da My Side. Entre os 30 municípios mais seguros do Brasil, Brusque, Jaraguá do Sul e Tubarão formam o top 3, com índices respectivos de 1,4, 2,2 e 2,8 homicídios a cada 100 mil habitantes.
Entre cidades com população entre 200 e 500 mil habitantes, Blumenau figura na liderança – ocupava o 5º lugar em 2023 e ficou em 2º no ano passado –, seguida por Palhoça (6,3), em 4º lugar, e Criciúma (7,3), em 7º. “Ter qualidade de vida passa muito pela sensação de segurança e eu quero trabalhar muito para que Blumenau ocupe o primeiro lugar geral nesse ranking. Temos conversado com o governo do estado, nos colocando como parceiros. No fim das contas, quem ganha com essa união de esforços é a população”, afirmou o prefeito Egidio Ferrari (PL).
No ranking geral, Blumenau ocupa a 12ª posição da lista, apresentada abaixo com o respectivo índice de homicídios para cada 100 mil habitantes:
- Brusque, SC (1,4)
- Jaraguá do Sul, SC (2,2)
- Tubarão, SC (2,8)
- Santana de Parnaíba, SP (2,9)
- Birigui, SP (3,6)
- Atibaia, SP (4,0)
- Ituiutaba, MG (4,2)
- Valinhos, SP (4,6)
- Salto, SP (4,7)
- Bragança Paulista, SP (4,7)
- Votorantim, SP (4,9)
- Blumenau, SC (5,0)
- Itatiba, SP (5,2)
- Santa Bárbara d’Oeste, SP (5,3)
- Indaiatuba, SP (5,7)
Outro município que se destacou no anuário foi Joinville (SC). Com taxa de homicídio de 8,0 a cada 100 mil habitantes, a cidade mais populosa de Santa Catarina ficou em terceiro no ranking de cidades mais seguras com população entre 500 mil e 1 milhão de habitantes.
De acordo com a Secretaria de Proteção Civil e Segurança Pública do município, uma das principais ações da pasta foi a instalação de mais de 2 mil câmeras de monitoramento do Programa Joinville Sempre Alerta. “Outro fator muito importante é a união e o alinhamento que existe entre as forças de segurança, que fazem toda a diferença. São forças trabalhando juntas com um objetivo só, que é termos uma cidade segura”, afirmou o secretário de Proteção Civil e Segurança Pública, Paulo Rogério Rigo.
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Florianópolis é a capital mais segura do país
Em Florianópolis, a taxa de homicídios em 2024 foi de 10,7 homicídios para cada 100 mil habitantes, cerca de 53% menor que a média nacional, que ficou em 23 homicídios por 100 mil habitantes. O índice colocou o município como a capital mais segura do Brasil no relatório divulgado pela MySide, à frente de Brasília (12,3) e São Paulo (13,1).
Considerando a região Sul, Porto Alegre figura no 4º lugar, com taxa de 15,8, e Curitiba em 11º, com 23,1 homicídios para cada 100 mil habitantes. A Secretaria Municipal de Segurança e Ordem Pública credita os números a uma série de aprimoramentos nos equipamentos e na capacitação das equipes.
Assim como Joinville, o município ampliou o videomonitoramento, com instalação de câmeras em locais estratégicos, o que facilita a identificação de criminosos e a agilidade para atender ocorrências, pontua a gestão. “Temos operações importantes em curso para combater o crime organizado, mas o trabalho também é feito no dia a dia, com a presença da Guarda Municipal nas ruas para aumentar a vigilância e coibir qualquer tipo de violência”, destacou a vice-prefeita e secretária municipal da Segurança e Ordem Pública, Maryanne Mattos.
Outro fator mencionado por Mattos é a integração com forças estaduais, como as polícias Militar e Civil, em ações conjuntas contra o crime organizado. Um exemplo é a operação Solo Legal, com a primeira fase deflagrada em setembro, que combate a ocupação irregular, venda e parcelamento ilegal de terrenos.
A força-tarefa teve início com inquérito da Polícia Civil e resultou na demolição de 32 unidades ilegais construídas em Área de Preservação Permanente (APP). Em outubro, outras oito edificações irregulares foram demolidas no sul da Ilha de Santa Catarina.
Em setembro, a prefeitura de Florianópolis firmou convênio com o governo de Santa Catarina, no valor de R$ 6 milhões, para aquisição de equipamentos para a Guarda Municipal, um reforço visando a próxima temporada de verão.
Matéria: Gazeta do Povo
