A implantação dos pedágios free flow (sem parada em cancelas) nas rodovias brasileiras tem ampliado o debate sobre o modelo de cobrança automática por quilômetro rodado. Em São Paulo, estado que iniciou a adoção da tecnologia e onde ela avançou de forma mais robusta, o sistema gerou protestos de motoristas, disputas judiciais e questionamentos de prefeitos, parlamentares e usuários frequentes das estradas.
O free flow elimina cabines e cancelas, permitindo que os veículos sejam identificados eletronicamente ao passar pelos pórticos de cobrança. Para muitos, o modelo representa modernização, agilidade e eficiência, mas também levanta dúvidas sobre critérios de isenção, comunicação ao usuário e impacto no custo de deslocamento, especialmente em cidades onde a locomoção diária depende das rodovias estaduais.
Diante da polêmica e da possível expansão do modelo para outras regiões do país, a Gazeta do Povo quer saber a sua opinião sobre os pedágios free flow nas rodovias. Participe votando na enquete abaixo.
Nos últimos meses, o pedágio free flow se tornou um dos temas mais sensíveis do governo paulista. A instalação de novos pórticos provocou protestos de moradores, críticas de prefeitos e ações na Justiça, o que levou à suspensão da implantação de pelo menos 12 pontos de cobrança no interior do estado. Em alguns trechos, o governo decidiu manter apenas a estrutura física, mas sem funcionamento imediato.
A polêmica ganhou força quando cidades como Mogi das Cruzes passaram a contestar na Justiça a cobrança por quilômetro rodado dentro de trajetos usados diariamente pelos moradores. A prefeitura argumentou que o modelo penalizaria deslocamentos rotineiros e chegou a conseguir uma liminar, depois derrubada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. O tema também mobiliza deputados estaduais, que apresentaram projetos para rever locais de instalação e discutir isenções específicas.
Levantamentos recentes mostram que o assunto gerou mais de 20 mil comentários nas redes sociais em outubro, e que a maioria dos posts são contrários ao free flow em São Paulo (63,3%), contra 25,4% a favor e 11,3% neutra. A discussão deve seguir no Judiciário, nas agências reguladoras e na Assembleia Legislativa.
Matéria: Gazeta do Povo
