
O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, comentou a operação militar dos Estados Unidos em águas próximas à Venezuela. Ele disse que o Brasil deve se envolver em uma defesa da América do Sul, já que “nós vivemos aqui”. No raciocínio do assessor, “estamos discutindo uma coisa na nossa fronteira, praticamente”. A fala ocorreu nesta quinta-feira (6), em Belém, durante os preparativos para a COP 30.
Neste sábado (8), o presidente Lula (PT) deve ir à Colômbia, para a cúpula de líderes da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que ocorrerá no dia seguinte. A tensão entre Venezuela e Estados Unidos deve ser a pauta principal do encontro. Lula já sugeriu que o Brasil e outros países da região formem uma mesa de mediação entre o ditador venezuelano, Nicolás Maduro e o presidente americano, Donald Trump.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também defende a mediação do Brasil no conflito entre os países. O chanceler, no entanto, adianta seu posicionamento de “solidariedade” à Venezuela. Celso Amorim é apontado como mais influente do que Mauro, em relação a Lula.
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Trump classifica Venezuela como narcoestado
Os Estados Unidos acusam a Venezuela de causar danos ao país através do narcotráfico. Trump classifica a Venezuela como um narcoestado. Maduro, de acordo com o governo americano, seria líder do Cartel de los Soles, organização classificada como terrorista. Dessa forma, Maduro seria o principal responsável pelo envio de drogas aos Estados Unidos.
Até o momento, a operação explodiu 16 barcos na costa venezuelana, matando 67 pessoas. O contingente inclui navios de guerra, caças e aeronaves de vigilância. Trump não descarta uma incursão por terra na Venezuela, para combater o que chama de “Al-Qaeda do Hemisfério Ocidental”.
A Organização das Nações Unidas (ONU) já se manifestou em contrariedade à operação. A ONU acusa o governo americano de violar o direito internacional, e cita o “crescente custo humano” como argumento para pedir o fim imediato da ação militar.
Matéria: Gazeta do Povo





