Vereador dos EUA avalia retirada de sanção de Moraes

O vereador Mauricio Galante, representante do Partido Republicano de Arlington, no estado americano do Texas, comentou a atual situação de Brasil e Estados Unidos, após a retirada do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de sua esposa, Viviane Barci de Moraes, da lista de sancionados via Lei Magnitsky.
O anúncio, feito na semana passada, pegou muitos brasileiros de surpresa e o motivo de tal revogação pelo governo americano não ficou imediatamente claro.
Em entrevista ao programa Café com a Gazeta do Povo nesta quarta-feira (17), Galante esclareceu que o fato de Moraes ter seu nome retirado da lista de sancionados pela Lei Magnitsky não exclui a realidade de que o ministro brasileiro foi apontado como um violador de direitos humanos pela gestão de Donald Trump.
Segundo o vereador dos Estados Unidos, a negociação que resultou na retirada do ministro Alexandre de Moraes da lista do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês) do Departamento do Tesouro foi feita a portas fechadas e “nem mesmo nos Estados Unidos foi publicada a revogação da sanção, ou seja, o ato que o incluiu na lista da Ofac”.
De acordo com Galante, a Casa Branca publicou uma portaria em julho citando as razões da inclusão de Moraes na Lei Magnitsky. No entanto, não houve um novo ato indicando que as sanções foram encerradas, apenas o nome dele foi retirado da lista.
“O que pode significar que houve uma suspensão temporária da inclusão dele na lista da Ofac, fruto de uma negociação a portas fechadas. Sim, não se sabe ao certo o que o Brasil deu ou prometeu em troca. A realidade é que, o que foi negociado, sejam ativos minerais, informações de Estado ou ativos logísticos, deveria passar pela comissão de Relações Exteriores da Câmara do Brasil”, avaliou.
O vereador republicano considerou que essa medida por parte dos Estados Unidos pode estar relacionada ainda há interesses regionais do país.
“Os Estados Unidos têm necessidades estratégicas, geopolíticas, que é a estabilização da segurança na América do Sul e Central, retirando a influência da China do hemisfério ocidental, isso está bem documentado agora na Nova Estratégica de Segurança Nacional publicada no início de dezembro”. Segundo Galante, a janela de oportunidades com o Brasil foi essa: abrir um canal de negociação e aproximar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o cumprimento do novo projeto regional de Trump.
Essa nova estratégica passa pela crise na Venezuela e a mobilização histórica contra o crime organizado e o envio de drogas para os Estados Unidos.
Na visão do republicano, a retirada do nome de Moraes da lista da Ofac foi uma “moeda de troca” usada para aproximar o Brasil dos planos estratégicos de Trump para os países do continente. O vereador voltou a enfatizar que entende a decisão como uma medida temporária do governo Trump.
Matéria: Gazeta do Povo





