O Rio de Janeiro, Lula, o tráfico e a farsa da vitimização

Precisou uma forte operação comandada pelo governo do Rio de Janeiro para que o governo Lula acordasse e se desse conta de que a maior preocupação do brasileiro é com a insegurança pública. E olha que não faltam motivos para insatisfação em outras áreas. A operação empreendida no Rio de Janeiro contra o narcotráfico e o amplo apoio popular acenderam o alerta vermelho. E, para desespero dos marqueteiros, poucos dias antes Lula havia dito na Indonésia que os traficantes são vítimas dos usuários de drogas. Tempestade perfeita para quem achava que estava navegando em águas plácidas.
A megaoperação, que resultou em mais de 120 mortes de criminosos portando armamento pesado no confronto com a polícia, contou com o efusivo aplauso da população. Pesquisas divulgadas hoje pela AtlasIntel demonstram que a aprovação à ação foi enorme em todo o Brasil e, ainda mais especialmente, entre moradores de favelas: 81% deles apoiaram a ofensiva e, no caso dos moradores de favelas do Rio de Janeiro, o índice sobe para 87%. O apoio popular é irrefutável.
Para Lula, o governo federal, para o STF e para os progressistas fantasiados de “especialistas” em segurança, porém, a operação também caiu como uma bomba. ADPF das Favelas, audiências de custódia, centenas de mandados de prisão em aberto, líderes do tráfico de todo o país refugiados em território onde o Estado esteve ausente – todo o esgoto ideológico e de gestão foi despejado a céu aberto, desnudando hipocrisias e escancarando a histórica leniência com criminosos. Não há mais o que esconder.
VEJA TAMBÉM:
O governo federal, avisado da operação com antecedência – como admitiu o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues – preferiu não participar. Acrescentou, assim, mais um elemento à sua tradicional incompetência: a omissão. Em clara retaliação, a ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu dar andamento a um processo de cassação do governador Cláudio Castro, que estava parado havia meses. O onipresente ministro Alexandre de Moraes decidiu agir, assumindo a relatoria da ADPF maldita, mas também não parece ter conseguido nada efetivo até o momento: enviou um ofício com perguntas ao governador, marcou viagem para o Rio de Janeiro, mas tudo o que obteve foi a confirmação de que será recebido no Centro de Operações do Estado.
Ou seja, nem as chantagens nem as ameaças têm surtido efeito: quando o copo transborda com a última gota d’água, é impossível conter o derramamento. A população brasileira está sem paciência. A insegurança é absurda. E a morte de quatro policiais nos confrontos com criminosos adicionou solidariedade e empatia à farda e à vida de quem tem como missão proteger a sociedade. A corajosa atitude do governador do Rio, Cláudio Castro, e a bravura dos agentes de segurança envolvidos na operação despertaram também no país um novo e necessário sentimento de união contra o crime e revolta contra os criminosos – estejam eles nas favelas, nos morros, nas matas ou nos mais altos cargos da República.
Matéria: Gazeta do Povo





