Trem da Serra do Mar do Paraná tem saídas todos os dias no verão

O trem que desce e sobe a Serra do Mar é um dos passeios mais emblemáticos do Paraná. Há décadas em operação, corta áreas preservadas da Mata Atlântica e descortina aos turistas uma série de paisagens que combinam montanhas e cachoeiras, além de 13 túneis e 41 pontes de uma ferrovia com mais de 140 anos de história.
A cada ano que passa, mais turistas embarcam no comboio que percorre 70 quilômetros entre Curitiba e Morretes — uma das cidades mais antigas do estado —, e que também faz o caminho de volta, subindo os quase mil metros de diferença de altitude entre o litoral e a capital. Na última temporada de verão, 70 mil pessoas embarcaram no trem.
Para a temporada atual, a Serra Verde Express — empresa que opera os passeios, — espera um fluxo ainda maior: 80 mil turistas. Para chegar nesse número, a empresa está com o trem na linha todos os dias desde o dia 1º de dezembro e seguirá dessa maneira até 6 de março. Os embarques em Curitiba são às 8h30 e o retorno parte de Morretes às 15h.
Os passeios são feitos em três categorias de vagões e os preços variam de R$ 199,00 a R$ 495,00 por trecho — os bilhetes podem ser comprados no site da Serra Verde Express. Nas categorias mais altas, que contam com composições temáticas e decoradas como eram os trens antigamente, há serviço de bordo com alimentação e bebidas. Os turistas podem fazer a ida e a volta por trem, mas há também a opção de fazer um dos trechos com vans.
A experiência dos turistas a bordo do trem da Serra do Mar já rendeu ao passeio algumas menções em publicações renomadas internacionalmente, que colocaram a atração como um dos melhores passeios de trem do mundo, como os jornais The Guardian e The Wall Street Journal. A editora de viagens Lonely Planet listou o passeio na publicação Amazing Train Journeys.
Não é por acaso que o trem é um dos principais símbolos do turismo no Paraná, sendo levado com frequência pelo governo do estado a eventos turísticos do mundo todo. Além do trem em si, os destinos no litoral acabam sendo divulgados paralelamente.
“O trem é o grande indutor do turismo no litoral”, diz o diretor-geral da Serra Verde Express, Adonai Arruda Filho, que estima um impacto superior a R$ 50 milhões por ano na economia de Curitiba e das cidades do litoral. “Cerca de 85% dos turistas que embarcam no trem vêm para Curitiba por causa do trem. E isso realmente tem um impacto grande”, complementa.
Para a operação na alta temporada, a Serra Verde Express tem um reforço na equipe, seja de guias de turismo, apoio no trem, segurança e logística. Nesse período, são 28 vagões que fazem o percurso, podendo chegar a 1,3 mil pessoas por viagem. “É uma operação complexa e por isso temos uma equipe de apoio treinada para correr tudo bem. Conseguimos embarcar mais de mil pessoas em menos de 20 minutos”, comenta o diretor da empresa.
Novo vagão do trem da Serra do Mar é apresentado
A Serra Verde Express inaugurou na quarta-feira (17) um novo vagão da categoria boutique que faz parte da composição que desce e sobe a Serra do Mar paranaense. Em homenagem aos fundadores da empresa — Adonai Arruda e Ione Mari da Veiga —, o vagão foi batizado de “Família Arruda”.
A principal novidade é o teto de vidro, que permite aos passageiros observarem a verticalidade da Mata Atlântica e facilita a entrada de luz natural. Para chegar ao resultado final, a empresa contratou as arquitetas Lucille Amaral e Silvane Eclache para liderarem o inédito retrofit.
Em termos operacionais, o vagão “Família Arruda” incorpora painéis solares e um sistema de exaustão elétrica para conforto térmico, substituindo os modelos eólicos tradicionais, além de iluminação linear em LED de alta performance, desenvolvida para manter a intensidade de luz constante ao longo dos 16 metros do salão.
No interior, o vagão tem estofamento 100% em couro e banheiros com revestimento vinílico e cubas em pedra nobre. A cor verde, em referência à Serra Verde Express, e o caramelo, predominam no acabamento.
“Nosso objetivo é criar um ambiente que remeta à sala de estar da casa dos passageiros, mas que tenha a resistência e a durabilidade exigidas pela operação”, explica a arquiteta Lucille Amaral.

Matéria: Gazeta do Povo





